domingo, 22 de fevereiro de 2009

"Os coxos dançam sozinhos" - José Prata

Livro que constrói a mente de um psicopata, o policial corrupto Porto Brandão, desde suas amarrações com a infância de abusos e violências, até sua visão fria e sarcástica do mundo em que vive.
O pensamento velado, narrado em primeira pessoa, com tiradas irônicas e planejadas, a mente de um assassino em série. Mata suas vítimas, prostitutas loiras, gordas, porém é surpreendido por outro personagem que visita sua cena de crime a as imita.
Um final que surpreende aos menos atentos, mas que juntam-se como peças de um quebra-cabeças.
Levar-se pela viagem do psicopata é sentir a angústia por traz de uma vida desregrada e solitária, imaginando que o medo deixa de existir, dando lugar apenas ao ódio e ao que acredita ser verdade. O personagem Brandão recompõe inteligência, sagacidade, loucura, narcisismo.
Um livro que lê-se de um fôlego só. Apenas há de acostumar-se às gírias portuguesas, que pouco conhecemos em nossa língua, bem como palavras traduzidas de forma literal, que deixa-nos a matutar a que se refere. Mas nada que a lógica da narrativa não esclareça.
Esse é para quem aprecia policiais e dramas psicológicos.
Recomendamos.

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