O criador da Psicanálise, o médico Sigmund Freud, escreveu muito e escrevia muito bem. Suas "Obras Completas" compõem-se de 24 volumes e incluem ensaios relativos a aspectos da prática clínica, uma série de conferências que delineiam toda a teoria, além de monografias especializadas sobre questões religiosas e culturais.
Há quem considere que atualmente a tendência é a de que suas obras devam ser valorizadas pelo valor literário: "Não é à toa que nas principais universidades americanas as idéias de Freud estão saindo dos departamentos de medicina e psicologia e sobrevivem apenas nos cursos de literatura." (GRUMBAUM, Apud PASQUALI, 2010). De qualque forma, Freud ainda parece ser o autor de língua alemã cuja tradução é de longe a mais debatida e estudada.
Mesmo nós, simples mortais, podemos ler seus livros. Ler Freud não é apenas para uns poucos "iniciados". Alguns pouco familiarizados com a literatura psicanalítica podem apreciar suas obras. Freud escrevia de modo agradável e com muita clareza.
Durante o Mestrado, li alguns dos livros da coleção "Obras Completas": "Interpretações dos Sonhos I", Duas Histórias Clínicas ("O Pequeno Hans" e o "O Homem dos Ratos"), além de "O Futuro de Uma Ilusão, o Mal-Estar na Civilização e Outros Trabalhos" disponíveis na Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Inicialmente levada por uma necessidade acadêmica, pensava que seria uma tarefa difícil a leitura, porém me surpreendi como esta fluiu de forma relativamente fácil, principalmente na descrição e interpretação dos casos clínicos.
Claro, ler Freud não é como ler Agatha Christi ou Dan Brown, mas pode ser prazeroso também. Pode-se perceber o escritor impecável, seu talento narrativo e sua prosa rica. A leitura estética da obra de Freud já foi criticada como ingenuidade subjetiva, não tendo uma demarcação rígida entre prosa científica e prosa artística. Mas já não se disse tantas vezes que a Psicanálise é uma "pseudociência"?
Referência usada nesta postagem: PASQUALI, S. Uma "Crítica" (Sic) a Psicanálise Freudiana... Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/2043394. Acesso em 24 jan 2010.
2 comentários:
Não. Ler Freud não é para poucos iniciados. A não ser para aqueles que se prendem mais a "letra da palavra", do que a "palavra da letra". Mais profunda do que Freud é a obra de Alan Kardec. E, ao mesmo tempo, mil vezes mais didática (Kardec era pedagogo, discípulo de Pestallozzi). Freud foi endeuzado e Kardec ficou no limbo da religião, porque as pessoas se esqueceram do lado filosófico do espiritismo. A psicanálise cunhada por Freud está incompleta. Precisa, para ser mais completa, ads noções de reencarnação e vida após a morte. Então, amigos abram as suas mentes. Esqueçam a foto clássica de Freud posando de bam bam bam. Pensem também, como ele pensou e quase chegou lá... É isso.
Falou a "voz da razão" .. afff... cada um sempre acha que a sua verdade é o ponto final....Freud tem o seu lugar e foi bam bam bam no que fez. Assim como Kardec. A cada qual o seu valor.
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