quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Se...


(Um poema de Rudyard Kipling)

Se és capaz de manter tua calma, quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires tratar da mesma forma a esses dois impostores
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas, e refazê-las com o bem pouco que te reste
Se és capaz de arriscar numa única parada, tudo quanto ganhaste em toda a tua vida
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada, resignado, tornar ao ponto de partida
De forçar coração, nervos, músculos, tudo, a dar seja o que for que neles ainda existe
E a persistir assim quando, exausto, contudo, resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes, e, entre Reis, não perder a naturalidade
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes, se a todos podes ser de alguma utilidade
Se és capaz de dar, segundo por segundo, ao minuto fatal todo valor e brilho
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo, e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!

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