Através do estudo e análise de textos da mídia e do senso comum, o autor discute o sentido do raciocínio e da argumentação, os usos e abusos da lógica, a leitura nas entrelinhas e o apelo das falácias. É um livro voltado especialmente para estudantes de Metodologia Científica e pesquisas em geral.
O senso comum baseia-se em conhecimentos espontâneos e intuitivos, uma forma de conhecimento que fica no nível das crenças. No entanto há momentos em que as crenças se tornam problemáticas, aí o homem começa a pensar e surgem novas respostas, é neste momento que surge a Ciência.
Nossos estilos informais de comunicação e raciocínio (ou modo de pensar) habitualmente interferem com o trabalho na ciência, onde as regras do jogo são diferentes. As questões são resolvidas de maneiras diversas na vida cotidiana e na ciência e, por isso, muitos iniciantes passam por fases de frustração enquanto estão sendo ressocializados. Nas ciências humanas, normalmente apenas os alunos de pós-graduação recebem esta reeducação e, mesmo assim, somente quando elaboram suas dissertações.
As comunicações que recebemos diariamente, tanto na vida cotidiana como na ciência, exigem que transcendamos a lógica cujas regras, por mais úteis que sejam, tratam o raciocínio como se fosse algo que pudesse ser ensinado de forma automática, sem o uso da inteligência, sem intuições, sem reflexão sobre o significado das idéias consideradas.
O autor mostra com exemplos que para pensar criticamente, é necessário ser perspicaz, enxergar além da superfície, questionar onde não há perguntas já formuladas, e ver facetas que os outros não estão considerando.
“O bom senso é, entre todas as qualidades humanas, aquela distribuída mais por igual, pois todo mundo se acha tão dotado dele que até as pessoas mais exigentes nos demais assuntos geralmente não desejam ter uma porção maior desta qualidade do que já possuem”. (René Descartes, Discurso Sobre o Método).
CARRAHER, D. W. Senso Crítico: do dia-a-dia às ciências humanas. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
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