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Deixamos uma frase de despedida:
"Penso noventa e nove vezes e nada descubro; deixo de pensar, mergulho em profundo silêncio - e eis que a verdade se me revela." (Albert Einstein)
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Um espaço para leitores compulsivos, diletantes, apaixonados, atrevidos, viajantes... Parafraseando Jorge Luis Borges, sempre imaginamos que o paraíso fosse uma espécie de livraria. E não é?!



Um dos pensamentos que me acompanhavam [...] era que seria encantador como um conto encantador se eu me encontrasse subitamente com alguém. Alguém apareceria, de repente, na volta do caminho e ficaria parado a fitar-me, sorrindo, com ar de aprovação. Não pedia mais do que isso: pedia apenas que ele soubesse, e a única maneira de estar certa de que ele o sabia teria sido lê-lo na bondosa expressão de seu belo rosto. Isso estava claramente presente em minha imaginação – isto é, o rosto – quando, na primeira dessas ocasiões, no fim de um longo dia de junho, detive-me subitamente, ao sair de trás de uns arbustos e deparar com a casa à minha frente. O que me pregou no chão – chocando-me muito mais do que qualquer outra visão o poderia ter feito – foi a sensação de que a minha fantasia, num abrir e fechar de olhos, tornara-se real. Lá estava ele!... mas muito no alto, além do relvado, no próprio topo da torre [...].

Félix, solteiro convicto de 36 anos, cujos romances têm prazo de seis meses duração, vê-se arrebatado de amores pela irmã viúva do amigo Viana, Lívia. O sentimento o surpreende, nascido da ânsia de uma nova aventura e, alimentado, transforma-se em algo que o faz pensar em enlace matrimonial, para surpresa da sociedade e dos amigos. A experiência de vida que o levou até ali, de casos amorosos fugazes, não prepararam seu espírito para a confiança suficiente que um relacionamento exigiria. Assim, o ciúme constante, o receio em assumir o romance publicamente, as dúvidas são constantes no pensamento de Félix.O livro trata de amores, paixões, numa cadeia de gostar insano, culpas e ciúmes gerados pelo gostar de outrem sobre o objeto amado; retrato de uma sociedade perdida nos amores e desamores; mostra o romantismo da primeira fase de Machado de Assis, é o seu primeiro romance escrito.
"Os meus amores são semestrais; duram mais que as rosas, duram duas estações. Para meu coração, um ano é uma eternidade. Não há ternura que dure mais de seis meses; ao cabo desse tempo, o amor prepara as malas e deixa o coração como um viajante deixa o hotel; entra depois o aborrecimento mau hóspede"
"Só mais tarde te convencerás de que viver não é obedecer às paixões, mas aborrecê-las ou sufocá-las"
"A confiança também se parece com a indiferença, e a indiferença é o pior de todos os males"
"Há quem diga que o primeiro amor nasce apenas da necessidade de amar"
"Podes ser feliz do mesmo modo que o queiras ser então; basta que te ame alguém. (...) Falta-me a primeira condição da paz interior: eu não creio na sinceridade dos outros"
Download do livro: Ressurreição - Machado de Assis






O criador da Psicanálise, o médico Sigmund Freud, escreveu muito e escrevia muito bem. Suas "Obras Completas" compõem-se de 24 volumes e incluem ensaios relativos a aspectos da prática clínica, uma série de conferências que delineiam toda a teoria, além de monografias especializadas sobre questões religiosas e culturais. Referência usada nesta postagem: PASQUALI, S. Uma "Crítica" (Sic) a Psicanálise Freudiana... Disponível em: http://recantodasletras.uol.com.br/artigos/2043394. Acesso em 24 jan 2010.

Luís da Silva, personagem-narrador do livro, é um funcionário público que vive só com uma empregada surda, num casebre em Maceió/AL, repleto de ratos, onde se vê e ouve a rotina dos vizinhos próximos. Órfão desde novo, desenvolve uma auto depreciação, um senso crítico exagerado, preso a sombras do passado, cheio de frustrações, onde figuras como o avô, o pai e outras presenças funestas povoam suas lembranças.
“Atraímos sobre nós sofrimentos desnecessários quando exageramos a extensão da nossa dor”
"Nunca se deve consentir em rastejar quando se sente um impulso para voar."
"No mundo maravilhoso do Espírito, senti-me tão livre como se estivesse no outro mundo."
"Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; gozem de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso."
"Apesar de o mundo estar cheio de sofrimento, ele também está cheio de superação. Meu otimismo, por isso, não repousa sobre a ausência do mal, mas na grata crença da preponderância do bem e no esforço contínuo de cooperação com o bem, para que ele prevaleça."
Após a leitura desse livro, foi preciso ler mais sobre a autora e sua vida. Helen Keller (1880-1968) foi cega, surda e muda durante toda sua vida. Aprendeu a ler aos 10 anos de idade.Sempre chamava a atenção para a falta de apreciação e valorização dos próprios sentidos pelas pessoas ditas normais, algo que normalmente não se percebe quando se tem.
Foi educadora, escritora e advogada de cegos porque tinha grande poder de realização. Percorreu vários países promovendo campanhas para melhorar a situação dos deficientes visuais e auditivos.
Superou todos os obstáculos que lhe foram impostos, tornando-se uma notável personalidade do século XX. Graduou-se em Filosofia. Ao longo da vida recebeu títulos honorários de diversas instituições importantes, como a Universidade de Harvard, e foi nomeada membro da Legião de Honra da França.






Bem ao estilo de Machado de Assis, como se conversasse com o leitor, o livro trata de irmãos gêmeos, Pedro e Paulo Santos, filho de Natividade e Agostinho, tiveram seu futuro previsto por uma cabocla conhecida como detentora de poderes de adivinhar o futuro. Para os gêmeos, disse "cousas futuras", grandiosas; sobre o passado, que eles brigaram no útero da mãe.
e opiniões, poderes políticos, abolição da escravatura. Todos emblemados nos discursos dos personagens. Entre eles, Aires, amigo da família, figura que alinhava como coadjuvante, mas que possui papel preponderante no livro, pois é dada a ele os relatos escritos, como se fossem achados em cadernos os registros que seguem o romance, mas narrado em terceira pessoa.
lias inteiras, até os fazendeiros que articulam preços insignificantes da colheita de frutas e algodão, aproveitando-se da oferta de mão-de-obra abundante e carente. Viver em condições sub-humanas, luta pela vida.
volta, percebe que estivera enganada, que aquele homem que via, depois de tantas correspondências, nada tinha do que imaginava e nem supunha como poderia ter arranjado tal amor. 
