domingo, 20 de abril de 2008

"A hora da Estrela" de Clarice Lispector



Último livro de Clarice Lispector, escrito no ano de sua morte, em "A hora da estrela", ela se traveste como um narrador-personagem Rodrigo no objetivo de contar a história de Macabéa, nordestina-alagoana de 19 anos que muda-se para o Rio de Janeiro, após a morte da tia que a criou.
O livro pesponta-se com uma constante e repetitiva forma de descrever a personagem como simplória, ignorante, sem amor-próprio, sem atrativos físicos ou intelectuais, pobre, sem rumo e perspectiva. Macabéa é o estereótipo das nordestinas que invadem o imaginário dos verdadeiros ignorantes que não conhecem o que seja realmente uma nordestina.
Na trama, encontramos Raimundo, Glória, as companheiras de quarto (as Marias), a cartomante e o namorado Olímpico.
O livro já teve sua versão lançada em cinema.

Em se tratando de Clarice Lispector, vale a pena ser lido, como tudo o que a autora escreveu.

Frases do livro:

"Mas o vazio tem o valor e a semelhança do pleno. Um meio de obter é não procurar, um meio de ter é o de não pedir e somente acreditar que o silêncio que eu creio em mim é a resposta a meu - a meu mistério"

"Fatos são pedras duras e agir está me interessando mais do que pensar, de fatos não há como fugir"

"O fato é um ato?"

"O que amadurece plenamente pode apodrecer"

"Cada coisa é uma palavra. E quando não se a tem, inventa-se-a. Esse vosso Deus que nos mandou inventar"

"Por que escrevo? Antes de tudo porque captei o espírito da língua e assim às vezes a forma é que faz conteúdo."

"Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite"

"Vivemos exclusivamente no presente pois sempre e eternamente é o dia de hoje - e o dia de amanhã será um hoje, a eternidade é o estado das coisas neste mundo"

"Escrevo por não ter nada a fazer no mundo: sobrei e não há lugar para mim na terra dos homens. Escrevo porque sou um desesperado e estou cansado, não suporto mais a rotina de me ser e se não fosse a sempre novidade que é escrever, eu me morreria simbolicamente todos os dias."

"Experimentei quase tudo, inclusive a paixão e o seu desespero. E agora só quereria ter o que eu tivesse sido e não fui"

"Quero o figurativo assim como um pintor que só pintasse cores abstratas quisesse mostrar que o fazia por gosto, e não por não saber desenhar"

"Não é preciso acreditar em alguém ou em alguma coisa - basta acreditar"

"Que se há de fazer com a verdade de que todo mundo é um pouco triste e um pouco só"

"Só uma coisa eu sei: não preciso ter piedade de Deus. Ou preciso?"

"Só agora entendia que mulher nasce mulher desde o primeiro vagido. O destino de uma mulher é ser mulher."

"Basta descobrir a verdade que ela logo já não é mais: passou o momento. Pergunto: o que é? Resposta: não é."

"Mas que não se lamentem os mortos: eles sabem o que fazem"

"A morte é um encontro consigo"

"Não vos assusteis, morrer é um instante, passa logo."

"Só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?!"

"Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim."

Download:http://www.4shared.com/file/45178136/f8cc18b3/Clarice_Lispector_-_A_Hora_da_Estrela.html?

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