terça-feira, 27 de outubro de 2009

"As vinhas da ira" - John Steinbeck

Época da grande depressão norte-americana, recessão econômica, a família Joad, como várias outras que cultivavam algodão em Oklahoma, estado do leste dos Estados Unidos, são expulsos de suas terras, ocasionados pela mecanização da agricultura e dívidas em bancos para pagar impostos. Seduzidos por um panfleto que propaga empregos na Califórnia, arranjam um meio de transporte e vão alimentar os sonhos, procurar trabalho. De início, planos, idealização de uma forma de vida mais humana... logo após, qualquer trabalho, não importa quanto pagasse, mesmo um trabalho quase escravo, contanto que pagasse o pão e a carne para não morrerem de fome.
No caminho, os mais velhos não resistem, morrem; outros, mais jovens, abandonam a luta familiar e seguem seus próprios rumos. Encontram a solidariedade, o senso de ajuda mútua que passa os outros que vivem a mesma situação. E são muitos que seguem o mesmo caminho em busca da sobrevivência. Famílias que alimentam desde a ganância
da venda de automóveis baratos, velhos, para deslocamento de famílias inteiras, até os fazendeiros que articulam preços insignificantes da colheita de frutas e algodão, aproveitando-se da oferta de mão-de-obra abundante e carente. Viver em condições sub-humanas, luta pela vida.
O livro inicia-se e percorre boa parte partindo de Tom Joad, um dos filhos que retorna da cadeia, depois de quatro anos preso por homicídio e volta para rever a família, encontrando o rancho que morava devastado e abandonado, a família prestes a viajar para a Califórnia.
Escrito em 1939, foi transferido em filme no ano de 1940, por John Ford.

Passagens:


"... esse livro. Já meu pai o tinha. (...) Escreveu o nome na capa inteira. E esse cachimbo, ainda cheirando a fumo forte. E esse quadro...(...) Acha que poderíamos levar esse cachorrinho de porcelana? (...) Não, acho que não. Aqui está a carta que meu irmão escreveu no dia anterior à morte dele. E aqui, um chapéu bem velho(...).

Como poderemos viver sem tudo isso que representa a nossa vida? Como poderemos viver sem tudo isso que recorda o nosso passado? Não, deixe tudo. Queime tudo."

"Caminhamos porque somos obrigados a caminhar. É o único motivo por que todos caminham. Porque querem alguma coisa melhor do que têm. E caminhar é a única oportunidade de se obter essa melhoria. Se querem e precisam, têm de ir buscar. É pena que se tenha de lutar tanto assim."

"Se tu, que tens tudo o que os outros precisam ter, puderes compreender isto, saberás também defender-se. Se tu souberes separar causas de efeitos, se tu souberes que Paine, Marx, Jefferson, Lênin foram efeitos e não causas, sobreviverás. Mas tu não poderás saber disto. Pois que a qualidade de "dono" mergulhaste sempre no "Eu" e sempre te isola do "nós"."

Link para download: As vinhas da ira - John Steinbeck

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