sábado, 7 de agosto de 2010

"Os belos e os malditos" - F. Scott Fitzgerald

Adam Patch, proprietário de uma enorme fortuna, tem como único herdeiro Antony Patch, seu neto, que, desde a época da faculdade, desenvolve um estilo de vida de sem trabalho ou responsabilidades, em farras com amigos, apesar do pouco recurso que tinha, já que o avô recusava-se a dar-lhe mesadas. Os recursos eram da herança da mãe. Sem perspectivas do que possa ser ou ao que dedicar-se na vida, apenas administra seus gastos, pensando que talvez se tornasse um escritor do Renascimento.
Uma frase do livro nos dá uma idéia de Antony Patch: "parecia trágico nada querer - e, não obstante, ele queria algo, algo".
O avô, Adam Patch, dedicava-se à regeneração moral da sociedade, lutando contra a imoralidade, a bebida, os vícios.
Antony conhece a prima de um de seus amigos, Gloria Gilbert, casam-se e vivem conforme antes: de festas, gastos, bebidas. O pensamento seria conseguir logo a fortuna do avô, doente, então não haver necessidade de trabalhar.
Depois de tempos de idílio amoroso, logo a "magia passa e ficam apenas os amantes". Mas convivem, sempre em busca de companhias que não os deixassem sós, ou os tirasse da realidade, pela embriaguez constante.
Porém, quando morre, Adam Patch nada deixa para o neto, símbolo do que ele renegava: a devassidão.
Enquanto questionam o testamento de Adam na justiça, Antony e Glória vivem às migalhas do que restou, agora com o alcoolismo, sem os amigos das farras, sem o brilho da juventude de viver tudo o que pudessem intensamente, sem preocupações financeiras .
Assim é o desenrolar da trama. O desgaste do casamento, os laços de amizade, a moralidade, são temas que percebemos no livro que tem como cenário o início do século XX em Nova York.
Um bom livro.

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